Essa é uma carta aberta para ti, gata

Eu quero te contar a história de uma mulher que você conhece:

Você acorda cansada, com sono.

Quer ficar mais 5 minutinhos na cama.

Mas nunca são só mais 5 minutinhos.

Você finalmente levanta, exausta.

Olha pro espelho, não gosta do que vê.

Um quebra-cabeças de gordura, estrias e celulites.

Coloca uma roupa, não se sente linda.

Não sente orgulho do próprio corpo.

Muito pelo contrário, sente vergonha.

Se sente gorda, desconfortável, inadequada e feia.

Mas você nem tem tempo pra sentir vergonha.

Está atrasada e precisa sair com pressa.

Corre pra tomar seu café da manhã, preocupada com as calorias.

Você só engorda, não importa o quanto tente emagrecer.

Se é que você ainda tenta.

Afinal, desistir é o caminho mais fácil.

Você engole seu café e sai correndo.

Correndo pra um emprego que odeia.

Pra um emprego que não te preenche, que não te pertence.

Pra uma rotina chata, sem propósito.

Pra um caminho sem destino.

Mas você não tem tempo pra pensar nessas “besteiras”.

Está muito preocupada com as contas que estão chegando.

Com o pouco dinheiro que você tem.

Você nem sabe se consegue pagar todas as suas contas, como vai se preocupar com algo tão fútil quanto a sua felicidade?

Não, você tem que voltar ao trabalho.

Por mais que você tente, não consegue se concentrar.

Você vive distraída, procurando a próxima distração.

O celular te chama, você quer olhar o Instagram.

Você quer observar a vida alheia.

Viver pelos outros.

Você quer ver uma gata que você segue indo na academia às onze da manhã, indo no shopping às duas da tarde, no salão às quatro e tomando um drink às seis.

Ontem ela estava viajando, curtindo a vida em um hotel 5 estrelas e pegando sol na piscina com vista pra cidade.

Até o corpo dela é perfeito, ela parece uma sereia de algum filme de Hollywood.

Sempre com algum cara tão lindo e tão hollywoodiano quanto ela.

Você olha pra sua vida e sente um aperto no peito.

Uma falta de ar.

Você não consegue respirar direito, sente que vai desmaiar.

A tontura toma conta.

A ansiedade toma conta.

Mais um ataque pra conta.

O ar parece ter abandonado os seus pulmões, as suas narinas parecem fechadas.

A expressão “respiração profunda” nunca foi tão superficial.

Você não aguenta mais.

Começa a sentir o desespero voltando.

Não é de hoje que você se sente desesperada, a ansiedade não vai embora.

Parece que você só vai conseguir descansar quando ela te deixar em paz.

Mas nunca passa, não termina mais.

Parece que nunca vai acabar.

Até que passou, depois de tempo demais.

Depois de sofrimento demais.

Você está ainda mais cansada.

A ansiedade cansa.

Você só quer uma bebida.

Pra esquecer a sua vida.

Pra afogar a tristeza.

Pra diminuir a dor.

Pra preencher o vazio.

Você não quer sentir.

Você quer ignorar.

Você quer beber e esperar que passe.

Você quer que tudo suma no próximo gole.

Você acha que o álcool vai preencher o vazio que mora no teu peito.

Mesmo sabendo que você vai acordar ainda pior no dia seguinte, você só espera pelo próximo fim de semana.

Pela próxima festa, pelo próximo rolê, pelo próximo trago.

Pelo próximo homem que vai fazer você se arrepender, que vai te fazer sentir usada, barata, suja. Sem importância.

Enquanto você tem que aguentar o congestionamento pra voltar pra casa, suada, cansada, sem perspectiva.

Pra casa que você ainda vai ter que limpar.

E ela lá, trabalhando a hora que quer.

Dando rolê a hora que quer.

Sempre visitando restaurantes, cafés, bares lindos, num carrão dirigido por um príncipe que você queria pra si mesma, torrando dinheiro como se não houvesse amanhã.

Mas você tem que limpar a sua casa.

Ela está tão suja quanto você.

Você chora enquanto lava a sua louça.

O ventilador seca as suas lágrimas.

Depois de arrumar tudo que você tinha pra arrumar, você olha o horário.

Conta quantas horas vai poder dormir.

Não é o suficiente.

Nunca é o suficiente.

Você deita, ainda mais cansada.

Depois de dar mais uma checada no Instagram e ver aquela gata trabalhando às 2h da manhã, você finalmente consegue dormir.

Acorda no dia seguinte.

É só mais um dia, como o anterior.

Você continua cansada.

Mas vai fazer o quê, né?

Você não tem escolha.

Ao menos, é isso que você acha.

 

— Essa história é nossa, gata.

Essa mulher é você antes do Hospício.

Essa mulher já fui eu também.

Vazia. Sem sentido. Sem propósito.

Vivendo no automático.

(Sobre)vivendo.

— Essa já foi a minha vida.

E não precisa ser a sua.

Nós estamos aqui pra te mostrar que, não, você não está sozinha.

Nós estamos contigo.

Esse é o verdadeiro significado de uma comunidade: UNIÃO!

Nós estamos aqui pra te fortalecer.

Pra te ver florescer!

Pra te mostrar que você tem escolha, SIM!

Você só precisa decidir qual vida você quer.

A decisão é sua.

Nenhuma de nós pode te ajudar a escolher.

Eu não posso te persuadir.

Você precisa se convencer de que merece mais da vida.

Que ela tem mais a te oferecer.

Você precisa se inconformar com os padrões desse mundo.

Decidir que JÁ CHEGA!

Chega de aceitar tão pouco.

De engolir tanta dor, tanta tristeza.

De tentar preencher o vazio da pior forma possível.

Chega de se conformar com muito menos do que você merece.

Homens que não te tratam bem, um trabalho em que não te valorizam, uma família que não acredita tanto em você, amigos que te colocam pra baixo.

Uma vida sem propósito.

Sua felicidade sempre de lado.

Chega de viver o ordinário, quando você pode abraçar o extraordinário.

Está na hora de você escolher a si mesma.

Porque, a partir de hoje, você declara que vai conseguir.

Começando AGORA!

Aperte aqui quando você decidir, gata.

Lara Pizzatto © 2023. Todos os direitos reservados.

Essa é uma carta aberta para ti, gata

Eu quero te contar a história de uma mulher que você conhece:

Você acorda cansada, com sono.

Quer ficar mais 5 minutinhos na cama.

Mas nunca são só mais 5 minutinhos.

Você finalmente levanta, exausta.

Olha pro espelho, não gosta do que vê.

Um quebra-cabeças de gordura, estrias e celulites.

Coloca uma roupa, não se sente linda.

Não sente orgulho do próprio corpo.

Muito pelo contrário, sente vergonha.

Se sente gorda, desconfortável, inadequada e feia.

Mas você nem tem tempo pra sentir vergonha.

Está atrasada e precisa sair com pressa.

Corre pra tomar seu café da manhã, preocupada com as calorias.

Você só engorda, não importa o quanto tente emagrecer.

Se é que você ainda tenta.

Afinal, desistir é o caminho mais fácil.

Você engole seu café e sai correndo.

Correndo pra um emprego que odeia.

Pra um emprego que não te preenche, que não te pertence.

Pra uma rotina chata, sem propósito.

Pra um caminho sem destino.

Mas você não tem tempo pra pensar nessas “besteiras”.

Está muito preocupada com as contas que estão chegando.

Com o pouco dinheiro que você tem.

Você nem sabe se consegue pagar todas as suas contas, como vai se preocupar com algo tão fútil quanto a sua felicidade?

Não, você tem que voltar ao trabalho.

Por mais que você tente, não consegue se concentrar.

Você vive distraída, procurando a próxima distração.

O celular te chama, você quer olhar o Instagram.

Você quer observar a vida alheia.

Viver pelos outros.

Você quer ver uma gata que você segue indo na academia às onze da manhã, indo no shopping às duas da tarde, no salão às quatro e tomando um drink às seis.

Ontem ela estava viajando, curtindo a vida em um hotel 5 estrelas e pegando sol na piscina com vista pra cidade.

Até o corpo dela é perfeito, ela parece uma sereia de algum filme de Hollywood.

Sempre com algum cara tão lindo e tão hollywoodiano quanto ela.

Você olha pra sua vida e sente um aperto no peito.

Uma falta de ar.

Você não consegue respirar direito, sente que vai desmaiar.

A tontura toma conta.

A ansiedade toma conta.

Mais um ataque pra conta.

O ar parece ter abandonado os seus pulmões, as suas narinas parecem fechadas.

A expressão “respiração profunda” nunca foi tão superficial.

Você não aguenta mais.

Começa a sentir o desespero voltando.

Não é de hoje que você se sente desesperada, a ansiedade não vai embora.

Parece que você só vai conseguir descansar quando ela te deixar em paz.

Mas nunca passa, não termina mais.

Parece que nunca vai acabar.

Até que passou, depois de tempo demais.

Depois de sofrimento demais.

Você está ainda mais cansada.

A ansiedade cansa.

Você só quer uma bebida.

Pra esquecer a sua vida.

Pra afogar a tristeza.

Pra diminuir a dor.

Pra preencher o vazio.

Você não quer sentir.

Você quer ignorar.

Você quer beber e esperar que passe.

Você quer que tudo suma no próximo gole.

Você acha que o álcool vai preencher o vazio que mora no teu peito.

Mesmo sabendo que você vai acordar ainda pior no dia seguinte, você só espera pelo próximo fim de semana.

Pela próxima festa, pelo próximo rolê, pelo próximo trago.

Pelo próximo homem que vai fazer você se arrepender, que vai te fazer sentir usada, barata, suja. Sem importância.

Enquanto você tem que aguentar o congestionamento pra voltar pra casa, suada, cansada, sem perspectiva.

Pra casa que você ainda vai ter que limpar.

E ela lá, trabalhando a hora que quer.

Dando rolê a hora que quer.

Sempre visitando restaurantes, cafés, bares lindos, num carrão dirigido por um príncipe que você queria pra si mesma, torrando dinheiro como se não houvesse amanhã.

Mas você tem que limpar a sua casa.

Ela está tão suja quanto você.

Você chora enquanto lava a sua louça.

O ventilador seca as suas lágrimas.

Depois de arrumar tudo que você tinha pra arrumar, você olha o horário.

Conta quantas horas vai poder dormir.

Não é o suficiente.

Nunca é o suficiente.

Você deita, ainda mais cansada.

Depois de dar mais uma checada no Instagram e ver aquela gata trabalhando às 2h da manhã, você finalmente consegue dormir.

Acorda no dia seguinte.

É só mais um dia, como o anterior.

Você continua cansada.

Mas vai fazer o quê, né?

Você não tem escolha.

Ao menos, é isso que você acha.

 

— Essa história é nossa, gata.

Essa mulher é você antes do Hospício.

Essa mulher já fui eu também.

Vazia. Sem sentido. Sem propósito.

Vivendo no automático.

(Sobre)vivendo.

— Essa já foi a minha vida.

E não precisa ser a sua.

Nós estamos aqui pra te mostrar que, não, você não está sozinha.

Nós estamos contigo.

Esse é o verdadeiro significado de uma comunidade: UNIÃO!

Nós estamos aqui pra te fortalecer.

Pra te ver florescer!

Pra te mostrar que você tem escolha, SIM!

Você só precisa decidir qual vida você quer.

A decisão é sua.

Nenhuma de nós pode te ajudar a escolher.

Eu não posso te persuadir.

Você precisa se convencer de que merece mais da vida.

Que ela tem mais a te oferecer.

Você precisa se inconformar com os padrões desse mundo.

Decidir que JÁ CHEGA!

Chega de aceitar tão pouco.

De engolir tanta dor, tanta tristeza.

De tentar preencher o vazio da pior forma possível.

Chega de se conformar com muito menos do que você merece.

Homens que não te tratam bem, um trabalho em que não te valorizam, uma família que não acredita tanto em você, amigos que te colocam pra baixo.

Uma vida sem propósito.

Sua felicidade sempre de lado.

Chega de viver o ordinário, quando você pode abraçar o extraordinário.

Está na hora de você escolher a si mesma.

Porque, a partir de hoje, você declara que vai conseguir.

Começando AGORA!

Aperte aqui quando você decidir, gata.

Lara Pizzatto © 2023. Todos os direitos reservados.